segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"Aprendizagem" - Terceiro capítulo

Papert, ao descrever o contraste entre a loja Abacus e a "Megastore" recheada de "títulos" de softwares, faz uma analogia entre dois tipos de aprendizagens: "aprendizagem tradicional" do tipo personalizada, e "aprendizagem computacional" . Através destas duas vertentes, Papert alerta-nos para a necessidade de haver um bom acompanhamento da família e de todos aqueles que fazem parte da vida das crianças, de forma a ajudarem na escolha de um software interessante, e adequado ao seu desenvolvimento cognitivo.

Não basta dizer que estamos na Era dos Computadores, e assim deixarmos as crianças e jovens, mergulharem no Mundo Cibernauta até estas se isolarem e enveredarem por sites e pesquisas que nada têm de pedagógico.Há que ter bastantes cuidados, por exemplo, na escolha dos programas que devem ser utilizados pelas crianças, pois na opinião de Papert, devem ser um misto de procura e divertimento, sabedoria e instrução.
Nessa linha de pensamento e segundo o autor, o uso do computador é benéfico quando é permitido à criança dirigir a máquina em função das suas descobertas, explorações, construções e criações. Não basta ter um bom computador com Internet…o computador será sem dúvida um instrumento bastante útil e com grande qualidade quando se trata de emitir e transmitir algum conhecimento. Esta emissão e transmissão requerem que a criança tenha uma noção do que está a fazer, controlando a máquina, e não ser o a máquina a controlar a criança.

Penso que esta preocupação de Papert tem fundamento, pois na eventualidade da máquina dirigir a criança, o esforço mental dispêndido é nulo, impossibilitando deste modo a compreensão e interiorização do conhecimento. As escolas deveriam dar o primeiro passo e não permitir o uso de máquina de calcular tão precocemente... por este caminho a resolução prática de problemas tem os dias contados!

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