segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"Aprendizagem" - Terceiro capítulo

Papert, ao descrever o contraste entre a loja Abacus e a "Megastore" recheada de "títulos" de softwares, faz uma analogia entre dois tipos de aprendizagens: "aprendizagem tradicional" do tipo personalizada, e "aprendizagem computacional" . Através destas duas vertentes, Papert alerta-nos para a necessidade de haver um bom acompanhamento da família e de todos aqueles que fazem parte da vida das crianças, de forma a ajudarem na escolha de um software interessante, e adequado ao seu desenvolvimento cognitivo.

Não basta dizer que estamos na Era dos Computadores, e assim deixarmos as crianças e jovens, mergulharem no Mundo Cibernauta até estas se isolarem e enveredarem por sites e pesquisas que nada têm de pedagógico.Há que ter bastantes cuidados, por exemplo, na escolha dos programas que devem ser utilizados pelas crianças, pois na opinião de Papert, devem ser um misto de procura e divertimento, sabedoria e instrução.
Nessa linha de pensamento e segundo o autor, o uso do computador é benéfico quando é permitido à criança dirigir a máquina em função das suas descobertas, explorações, construções e criações. Não basta ter um bom computador com Internet…o computador será sem dúvida um instrumento bastante útil e com grande qualidade quando se trata de emitir e transmitir algum conhecimento. Esta emissão e transmissão requerem que a criança tenha uma noção do que está a fazer, controlando a máquina, e não ser o a máquina a controlar a criança.

Penso que esta preocupação de Papert tem fundamento, pois na eventualidade da máquina dirigir a criança, o esforço mental dispêndido é nulo, impossibilitando deste modo a compreensão e interiorização do conhecimento. As escolas deveriam dar o primeiro passo e não permitir o uso de máquina de calcular tão precocemente... por este caminho a resolução prática de problemas tem os dias contados!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Grelha de análise e Avaliação

A fim de construirmos a grelha de análise e avaliação do youtube, Flick e do Slide Shire, distribuímos tarefas pelos elementos do grupo, com vista a obtermos conteúdos que nos permitam fazer a identificação, a apreciação global e o potencial pedagógico destas três tecnologias. Debrucei-me sobre o youtube, e pude constactar que ao nível da educação esta tecnologia tem potencialidades que valem a pena explorar.


As possibilidades do uso do youtube na educação vão ao encontro da teoria de Jean Piaget: “a inteligência é um mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção de contínuas e novas estruturas. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam”.


Sabemos que os vídeos há muito tempo que vêm a ser utilizados pelo professor para proporcionar variedade de recurso pedagógico e tecnológico, e com o objectivo de que o aluno construa conhecimento.


As possibilidades da Internet hoje são tantas que um único trabalho pode englobar vários conceitos importantes para a educação. Um grande número de videotecas virtuais abre um mundo de imagens animadas para nossa curiosidade e, principalmente, para a educação, tendo tudo a ver com a cultura contemporânea. Qualquer pessoa pode assistir a um vídeo no YouTube( pois são gratuitos) e ver relatos de eventos actuais, localizar vídeos sobre seus passatempos predilectos e assuntos de interesse. Esta tecnologia é sem dúvida uma mais valia em qualquer processo que implique ensino-aprendizagem, pois através dos videos há mais possibilidade de captar e reter a informação (através da audição e visão), e é uma tática eficaz no combate ao desinteresse e à falta de motivação. Assim, a prendizagem é efectuda espontâneamente e perdura muito além do espaço físico das escolas, para se prolongar por toda uma vida.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

"Amor Líquido"

Como foi mencionado na última aula teórica o livro "Amor Líquido" de Zigmunt Bauman, achei interessanate perceber em que sentido se relaciona com esta Unidade Curricular de Tecnologias da Educação. Ao pesquisar apercebi-me que "Amor líquido ", fala sobre a fragilidade dos laços humanos e mostra-nos que hoje estamos mais bem aparelhados para disfarçar um medo antigo. A sociedade neoliberal, pós-moderna, líquida, para usar o adjetivo escolhido pelo autor, e perfeitamente ajustado para definir a actualidade, teme o que em qualquer período da trajetória humana sempre foi vivido como uma ameaça: o desejo e o amor por outra pessoa.

Mundo que ele identifica como líquido, em que as relações se estabelecem com extraordinária fluidez, que se movem e escorrem sem muitos obstáculos. Daí a popularidade dos pontos de encontros virtuais, muitos são mais visitados que os bares para solteiros, locais físicos e concretos, onde o olho no olho é o início de um possível encontro. Crescem as redes de interatividade mundiais onde a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento, porque nada impede o desligar-se. Para desconectar-se basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, sem lamúrias, e sem prejuízos. Num mundo instantâneo, é preciso estar sempre pronto para outra. A tecnologia da comunicação proporciona uma quantidade inesgotável de troca de mensagens entre os cidadãos, propiciando relações virtuais. Zygmunt Bauman explica que hoje “a proximidade não exige mais a contigüidade física; e a contigüidade física não determina mais a proximidade”.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Os Ciberutópicos e os Cibercríticos

Este capítulo refere muitas vezes o futuro das novas tecnologias, principalmente relacionado com as crianças e a sua aprendizagem. Papert apresenta-nos duas visões em relação à forma como as pessoas vêm a evolução tecnológica: Os Ciberutópicos que estão optimistas quanto às suas potêncialidades, e os Cibercríticos que evidenciam os seus potenciais perigos. Papert não toma partido em nenhuma das duas posições, pois considera prioritária a questão da aprendizagem das próximas gerações, de forma a alterar a sua forma de pensar, contribuindo assim para a resolução dos problemas com que nos deparamos actualmente.

Neste ponto concordo com o autor, visto que é através da educação que obtemos os valores por que nos regemos, e que permitem tornar a criança mais responsável e justa fazendo juízos de valor. Podemos ver que no mundo de hoje, as capacidades de saber ler, escrever e fazer cálculos têm um valor indiscutível, mas também podemos discutir a prioridade que se atribui e estas competências básicas, se continuará a fazer sentido, à medida que se vão tornando disponíveis outros meios de acesso ao conhecimento. Embora as escolas continuem a ensinar de forma tão tradicional, hoje em dia já se nota algumas forças que intervêm a favor das mudanças. Uma destas forças é a indústria, que tem motivado o uso das tecnologias como novas formas de ensino/aprendizagem. Outra força é a própria revolução na aprendizagem, ou seja, pessoas que reconhecem a necessidade de se implementar novas abordagens no fenómeno da aprendizagem

Estou consciente que o desenvolvimento das tecnologias irão facilitar a vida das próximas gerações, mas não tenho a menor dúvida em afirmar que são uma faca de dois gumes, pois os perigos que lhes estão associados são reais e existem. Quanto maior for o seu desenvolvimento, maiores serão os riscos. Haverá sempre os alpinistas sociais que tudo fazem para ascender socialmente, e cujos os seus interesses se sobrepõem aos interesses da humanidade.
Contudo, faz sentido o investimento tecnológico ao nível da educação, pois os computadores aceleram o ritmo da aprendizagem e permitem uma evolução no processo educativo. Com a aderência cada vez maior por parte dos computadores nas escolas, será que o raciocínio matemático se irá perder?